Usuários reclamam de nova exigência de procuração para que familiares recebam insumo no lugar de pacientes acamados. Fila de pessoas à espera de distribuição de fraldas no Prosus, na manhã desta quarta (16), em Natal. Pedro Trindade/Inter TV Cabugi Usuários do Prosus - unidade que distribui fraldas, insulina, entre outros insumos e medicamentos para pacientes da rede pública de saúde de Natal - dormiram na fila do serviço entre a noite de terça-feira (15) e madrugada desta quarta-feira (16). Centenas de pessoas já formavam a fila no local, ainda na madrugada por volta das 5h, aguardando distribuição de fraldas. Algumas disseram que não recebem o insumo há meses. Familiares de pacientes acamados também reclamam do surgimento de novos custos para ter acesso ao atendimento. Após passarem por um recadastramento em junho, os usuários receberam a informação, nesta quarta-feira (16), que vão ter que apresentar uma procuração em nome do paciente, registrada em cartório, para poder receber os insumos, a partir de outubro. O processo custa mais de R$ 90, segundo eles. Em nota, a Secretaria de Saúde de Natal que o novo protocolo passa a valer a partir de outubro e os pacientes têm esse prazo para providenciar a documentação. Mulher mostra aviso entregue aos usuários do Prosus, em Natal Pedro Trindade/Inter TV Cabugi "Meu filho é tetraplégico, ai agora vem esse papel pedindo essa procuração, que custa R$ 95 mais R$ 30 para a pessoa do cartório ir lá (em casa) ver que ele é tetraplégico. Eu prefiro desistir e comprar, porque vai sair pior. Pediram um novo cadastramento em junho, a gente fez, pegou documento, declaração e agora vem com essa", reclamou a dona de casa Maria Cristina. A dona de casa Sônia Nascimento disse que não conseguiu pegar fraldas para a mãe acamada em julho. Nesta quarta (16), ela deixou a paciente só em casa para voltar ao Prosus. "Já teve uma burocracia para fazer um novo cadastro, eu tenho que sair e deixar ela sozinha, e agora tem mais uma burocracia, de fazer uma procuração que custa R$ 95. Para a gente que já tá dependendo do Loas (benefício assistencial), então, fica muito complicado, parece que é para a gente ir desistindo. Se eu tivesse condições, eu não viria. Mas no momento mamãe está precisando", disse. Funcionário público, Telmo Wilson afirmou que chegou às 5h e já havia mais de 120 pessoas na fila. De acordo com ele, houve atraso na entrega das fraldas para os pacientes, o que aumentou a expectativa dos usuários. "Teve gente que dormiu aqui, teve gente com quem falei que chegou às 23h. Imagine o sufoco dessa pessoa. Teve atraso. Era para a gente ter recebido dia 21 de julho e só está recebendo agora. As pessoas necessitadas tiveram que comprar na farmácia para suprir a necessidade dos pacientes. Muitos deles acamados", afirmou. Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN
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