Governo do RN diz que porto pode gerar 50 mil empregos na primeira fase de operação e autoriza início de estudo e relatório ambiental. Coordenador do estudo, Mario Gonzalez apresenta projeto do porto-indústria do RN Raiane Miranda O local de maior viabilidade técnica à instalação do porto-indústria no litoral do Rio Grande do Norte é o município de Caiçara do Norte, segundo concluiu um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O relatório sobre a análise técnica foi apresentado à governadora Fátima Bezerra (PT) nessa quinta-feira (19). O estudo havia sido contratado pelo governo para determinar o melhor local para instalação do equipamento. Segundo a gestão estadual, o porto-indústria será "essencial" à viabilidade de projetos para exploração de energia eólica offshore (no mar) e a exportação de diversos outros produtos, como o hidrogênio verde (H2V). O estudo foi coordenado pelo professor Mario Gonzalez, do Departamento de Engenharia da Produção da universidade. “Devido ao alto potencial do estado para geração de energia de fontes renováveis, e a tendência mundial para a prática da ‘economia verde’ em todos os setores econômicos, o porto-indústria do RN deveria ter a denominação de Porto-Indústria Verde”, afirma o professor. Estudos começaram em 2021 “Os portos dos países mais desenvolvidos estão trabalhando para se transformar em ‘verdes’. Mas aqui já podemos nascer ‘verdes’, dentro dessa perspectiva”, complementa, destacando que um porto-indústria também tem a função de fabricar, armazenar, preparar mercadorias - entre elas, equipamentos da indústria de energias limpas - além de movimentar cargas. A partir do estudo, Fátima autorizou o início do EIA/RIMA, que é o estudo e relatório ambiental, dando, assim, continuidade aos estudos técnicos para a construção do porto-indústria em Caiçara do Norte. A previsão é que o terminal comece a funcionar em meados de 2026. Segundo Hugo Fonseca, coordenador de desenvolvimento energético da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec), a previsão é de que 50 mil empregos sejam gerados somente na primeira fase (de 1 a 4 anos). “Na primeira fase já teremos o cais, uma retroárea definida, a fabricação de peças e componentes, indústrias instaladas de operação e manutenção, que geram muitos empregos, porque são serviços. Portanto, já estará funcionando”, afirma. Segundo o governo a construção do porto-indústria vai viabilizar a produção energia eólica no mar (offshore), bem como do hidrogênio verde (considerado o combustível do futuro). O projeto porto também tem expectativas de trabalhar com diversos outros setores econômicos, como fruticultura, sal, mineração, pesca, óleo e gás. A governadora Fátima Bezerra afirmou que levará a agenda para o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. “A transição energética é uma agenda irreversível, e acho que o Rio Grande do Norte não pode perder essa oportunidade. Vai ser muito desafiador, mas não vamos nos acomodar, temos que ter ousadia para pensar no melhor, primeiro para o povo do Rio Grande do Norte, depois para no que isso vai projetar o Brasil”, afirmou a governadora. Governadora vê imagem projetada de porto-indústria que deverá ser construído no RN Raiane Miranda O estudo Segundo o governo, foram investidos R$ 1,1 milhão na contratação de vários estudos, que também resultaram em projetos como o Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte e o Hub de Serviços para eólica onshore (em terra) e offshore (no mar). Segundo o governo, o Estudo de Alternativa Técnica e Locacional para Infraestrutura de Transmissão Offshore e o Programa Norte-rio-grandense de Hidrogênio Verde também fazem parte da proposta mais ampla, que é o porto-indústria verde, um projeto de desenvolvimento econômico e sustentabilidade energética. Segundo o governo, os estudos técnicos são importantes para dar segurança às empresas que apresentam interesse em se instalar no estado e cria um ambiente de confiança para Parcerias Público-Privado (PPP). “Esse projeto não chegou de paraquedas. Ele começou em 2019 e faz parte de uma carteira de projetos que a gente considera estratégica em setores importantes, e que tem essa característica de sustentabilidade”, afirma Hugo Fonseca. O estudo de viabilidade técnico-econômica-ambiental apresentado nessa quinta-feira (19) à governadora e para gestores e técnicos dos órgãos do Estado, como do Idema e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, contou com profissionais de diversas áreas, como de análise econômica e financeira, biologia e oceanografia, geologia marinha e ambiental, engenharias, assim como de logística e infraestrutura portuária. Além de avaliar a localização geográfica, que culminou na escolha de Caiçara do Norte como local ideal, o estudo apresentou um plano estratégico para operacionalização do porto-indústria e o desenvolvimento de sua cadeia produtiva e industrial. Para o governo, o porto deverá gerar benefícios como fortalecimento da industrialização do estado, geração de empregos e capacitação de mão de obra, além de redução do custo logístico, melhoria da infraestrutura logística marítima e maior competitividade no setor de energias renováveis. Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN
0 Comentários