Samara Vieira disputa a sua primeira edição dos Jogos Olímpicos em Tóquio. Técnico Flávio Tinoco lembra dedicação desde jovem da sua ex-atleta para realizar os objetivos da carreira. Potiguar Samara é destaque do handebol nas Olimpíadas em Tóquio O técnico de handebol Flávio Tinoco previu, com muita convicção, lá em 2017, que a potiguar Samara Vieira, hoje com 29 anos, disputaria pelo menos uma edição dos Jogos Olímpicos pela seleção brasileira. "Eu acho que não tem como ela não estar", disse à época em entrevista para a Inter TV Cabugi. A previsão se cumpriu. Samara não só conseguiu a convocação como tem sido destaque da equipe neste início de competição nas Olimpíadas de Tóquio. Na vitória contra a Hungria, dividiu a artilharia de sete gols com Ana Paula. A convicção do técnico tinha uma razão. Flávio foi o primeiro treinador da potiguar - que começou a praticar o esporte quando ainda era criança - e viu todo o desenvolvimento de Samara nas quadras: do início tímido até a ida a Europa. "Eu não sei explicar o que a gente sente. Cada arremesso, cada defesa, cada movimentação que ela faz, eu me lembro dela fazendo aqui com 10, 11 anos. Passa um filme na cabeça, arrepia. Eu fico sem dormir o resto da noite. Ainda bem que ela manda mensagem quando acaba o jogo", conta. Samara Vieira em ação pela Seleção Brasileira Wander Roberto/COB Flávio diz que a percebeu ainda criança com um bom porte físico para o esporte, mas precisou desenvolver as outras atuações no jogo. "Ela veio aqui através do meu auxiliar para fazer um teste, de 10 para 11 anos. E aí eu vi que ela tinha um bom biotipo, mas precisava trabalhar a parte coordenativa e a parte técnica", disse. E foi aí que Samara se dedicou completamente. "O fator primordial dela foi a vontade. Era uma menina que chegava aqui no ginásio às 11h30 e queria sair às 19h. Sempre foi muito abnegada a fazer as coisas que ela tinha como futuro pra ela". No estado, Samara venceu e se destacou em competições nas modalidades mirim, infantil e juvenil dos Jogos Escolares do RN (Jerns). Já longe do estado, venceu o Campeonato Brasileiro, o Sul-Americano e esteve com a Seleção Brasileira na conquista do Pan-Americano de 2019. Ela atualmente defende o HC Dunãrea Brãila, da Romênia. Samara Vieira, primeira à esquerda, comemora título do Pan-Americano Sérgio Moraes/REUTERS A carreira estabilizada de hoje também traz consigo algumas dificuldades financeiras em anos atrás. Certa vez, Flávio Tinoco conta que precisou ir à rua pedir dinheiro ao lado de Samara e as outras jogadoras da equipe para disputarem um Campeonato Brasileiro, já que não tinham condições de viajar. "Para irmos para o Campeonato Brasileiro aqui, eu ia pra rua pedir moedas com elas. E depois vínhamos treinar. Porque a gente não tinha dinheiro, não temos uma política esportiva", lamentou. Hoje, vendo a pupila pela televisão, ele se orgulha e tem convicção do potencial de Samara para ajudar o Brasil em busca de uma medalha olímpica. "Ela tem uma coisa que me lembra muito Michael Jordan. Ele certa vez pegou uma bola precisando de dois pontos e arriscou arremessando da linha de três. A NBA envolve milhões, então o rapaz perguntou a ele que, se ele tivesse errado, como ele ia se sentir? Ele disse que quando arremessa não pensa no erro. E ela é assim. Ela joga com alegria, porque gosta. É o que ela sabe fazer", disse. Samara Vieira Divulgação O Brasil está no Grupo B das Olimpíadas e briga por classificação para a segunda fase. O time tem uma vitória, um empate e uma derrota. Os próximos adversários são Suécia e França. Seleção Brasileira de handebol sofre a 1ª derrota nas Olimpíadas de Tóquio Veja os vídeos mais assistidos do G1 RN
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