Maria Aparecida, de 24 anos, perdeu pai, mãe e irmão após explosão e tenta se recuperar do trauma. Ela conta que brinca, sorri, mas que, 'por dentro, está tudo destruído'. Sobrevivente de explosão nas Rocas, em Natal, fala sobre lembranças do incidente As lembranças do início da manhã daquele dia 9 de abril insistem em passar como um filme na cabeça de Maria Aparecida, de 24 anos. Ela acordou com o forte barulho da explosão e alguns destroços da casa em cima dela. O lugar onde a jovem morava com a família na Rua São João de Deus, no bairro das Rocas, em Natal, se destruiu em poucos segundos. Maria Aparecida lembra com detalhes dos últimos momentos com a mãe, de quando tomou a bênção e se deitou. Foram os últimos momentos ao lado da família. A tragédia vitimou o pai, Antônio José da Silva, de 53 anos, a mãe, Maria do Socorro, de 53 anos, e o irmão, Adriano de Souza, de 26 anos. "Está sendo muito difícil. Brinco, sorrio, mas, por dentro, está tudo destruído. Dia 9 é Dia das Mães. Ia passar com ela. E outra: dia 8, meu pai ia fazer 54 anos", falou. Todos foram socorridos após a explosão ocorrida por volta das 6h. O pai e o irmão de Maria Aparecida ficaram internados uma semana no Hospital Walfredo Gurgel e morreram no mesmo dia, com poucas horas de diferença. Dona Socorro não resistiu depois de 12 dias da explosão. De acordo com laudo médico do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Walfredo Gurgel, todos morreram por complicações causadas pelos ferimentos. Maria Aparecida perdeu pai, mãe e irmão em explosão no bairro das Rocas, em Natal Reprodução "Eu me lembro que fui dormir muito tarde, estava de manhã já. Fui embaixo, abri a cozinha, peguei um prato e uma colher para a minha mãe colocar um bolo para mim. Ela colocou. Depois, pedi a bênção e fui dormir era quase 5h30 da manhã. Do nada, você está dormindo bem, e quando acorda, é um pesadelo", declarou. "Eu estava sem ar. Tinham pedras nas minhas pernas. Na parte de cima consegui tirar, e depois um vizinho me ajudou. Aí chegaram os bombeiros e me tiraram de lá", completou. A sobrevivente passou nove dias internada e sempre alimentou a esperança de encontrar a família. Ao receber alta hospitalar, Cida foi surpreendida por uma das piores notícias da vida de alguém. "Quando cheguei em casa, recebi a notícia do meu irmão. No outro dia, a notícia do meu pai. Com o passar dos tempos, a minha mãe. Não fui para o enterro dele porque eu estava sentindo muitas dores", conta. Explosão destruiu a casa da família de Maria Aparecida no bairro das Rocas, na Zona Leste de Natal Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi Uma criança de 4 anos que morava com a família segue internada na unidade pediátrica de tratamento intensivo do Walfredo Gurgel. O garoto se recupera bem. "Quero que orem por ele, para que ele saia logo do hospital. Ele está sentando, andando um pouquinho, e, se Deus quiser, vai melhorar", concluiu Aparecida. Vídeos mais assistidos do G1 RN
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